iOS 26, LimeWire compra Fyre Festival e reciclagem de chips da Intel - #005

Olá, leitores do Tecnicalidade!

Responda rápido: o que o Google, o Fyre Festival e a Intel têm em comum? Nada. Exceto que os três nomes são mencionados nesta edição da newsletter. Esta edição também chega com um desafio para quem quiser testar o cérebro na manha desta sexta-feira. Boa leitura!

Criei um joguinho no estilo Connections (ou conexo.ws na versão brasileira) em que você precisa formar grupos de 4 palavras que possuem alguma coisa em comum. O meu twist: esse desafio é voltado para tecnologia e claro, com um toque meio ácido deste que vos escreve. Para jogar, clique aqui e quando você conseguir resolver, responda esse email com o resultado só pra eu ver uma coisa? 🤣 Obrigado.

O esperado update chegou antes do lançamento dos novos iPhones nesta sexta, como já é de praxe. E pra além do Liquid Glass, que deixa os aparelhos com uma interface mais transparente, vieram também: traduções automáticas pra textos e ligações, melhor tratamento de ligações desconhecidas, melhorias nos apps de Câmera, Safari, Música e até no app de Fotos, que finalmente está usável. Veja aqui as demais novidades. Dessa vez a Apple fez o favor de avisar sobre o consumo intenso de bateria nos primeiros dias, pra ninguém reclamar. Atualize por sua conta e risco: a primeira versão costuma ser mais bugada, tanto que a 26.0.1 tá logo aí.

Algumas coisas desagradaram o bilionário CEO da Meta esta semana. E se Zuck está triste eu estou rindo. A primeira delas foram os óculos de realidade aumentada criados em parceria com a Ray-ban e Oakley que vazaram antes de serem anunciados oficialmente. Os óculos são uma releitura do Google Glass, com câmeras, telas e microfones melhores, mas com a mesma invasão de privacidade de sempre - veja aqui mais detalhes. Outra coisa que deixou ele irritado, pelo menos nos bastidores, foi a demonstração dos óculos no palco do Meta Connect: eles falharam meia dúzia de vezes. Se quem sabe faz ao vivo, não parece que o Zuck sabia.

Quem assistiu ao filme A Rede Social deve lembrar que na época o Zuck não ficou muito feliz com a maneira que o surgimento do Facebook foi representado. E agora ele tem mais motivos pra ficar ainda mais puto da vida: Aaron Sorkin, roteirista do filme original e que lhe rendeu até um Oscar, pretende filmar A Rede Social 2, retratando os imbróglios mais recentes do Facebook e sendo ainda mais ácido. O roteiro já estaria pronto segundo o RadarOnline, e ele focaria na desinformação, trolagem e demais molésticas provocadas pela inação da Meta nas suas plataformas. Na lista de atores cogitados para o papel principal estariam Mikey Madison e Jeremy Allen White, que talvez seja a única coisa que o Zuck poderia considerar como um elogio.

O Fyre Festival, grandioso espetáculo cheio de artistas que acabou virando um show de horrores digno de documentário na Netflix, não precisava de mais pregos no caixão - mas recebeu mesmo assim. Seu criador, Billy McFarland, até tentou fazer o Fyre Festival 2: o inimigo agora é outro, mas não deu muito certo. A única saída foi vender a marca num leião vergonhoso no eBay e ao menos isso ele conseguiu: por 245 mil dólares o Fyre Festival agora pertence à LimeWire. A compra foi feita em julho, mas concluída e anunciada esta semana. E embora o LimeWire seja o nome de uma empresa conhecida pelo programa usado para baixar arquivos, digamos, mais que legítimos, ela agora é bem diferente. Virou um marketplace de NFTs. Sinceramente acho que as marcas combinam bastante. Talvez até se mereçam.

Como fazer sua inteligência artificial parecer inteligente? Se você for seguir a tática do Google, é bem simples: contrate milhares de pessoas pagando salários baixos para analisar e moderar por horas a fio os vários conteúdos sensíveis que ela cria. Fácil né? A tática, descoberta pelo The Guardian, teria sido usada para treinar o Gemini 2.5 Pro e deixá-lo mais sofisticado e, consequentemente, não alucinar baboseiras como já aconteceu no passado. Mas será que vale a pena? Não. Sou obrigado a concordar com Adio Dinika, pesquisador alemão de IA que disse ao Guardian “IA não é mágica, é um esquema de pirâmide feito de trabalho humano”. Definição perfeita. 

Sushila Karki foi eleita esta semana primeira-ministra do Nepal num método eleitoral pouco convencional: usando enquetes no Discord. O país acabou de sair de uma turbulenta revolução provocada pelo banimento de redes sociais iniciado pelo governo. O grupo responsável levou a discussão para o app após destituir boa parte dos seus políticos dos seus cargos e elegeu Karki, que antes era presidente do supremo tribunal do país. Agora ela terá como tarefa organizar as próximas eleições, que devem acontecer no modo offline e tradicional mesmo. O novo governo promete ser “mais equalitário”, a ver.

Influenciadores brasileiros que fazem publicidade velada: tremei. O Conar, entidade que auto-regula a propaganda no Brasil, agora está mais próximo do Facebook e Instagram. Representantes da Meta passaram a integrar o conselho, que dentre outras atribuições, serve para garantir que a publicidade seja feita com responsabilidade e ética - talvez duas coisas que a Meta tenha de estudar para entender como funciona. Vale lembrar que essa proximidade chega semanas após o vídeo do Felca, que fez o YouTube desmonetizar e tirar do ar vários canais infantis que estariam ganhando dinheiro com exposição de crianças. Coincidência?  

Se você encontrasse um monte de processadores velhos que foram esquecidos nos fundos de um galpão acumulando poeira, o que faria? No caso da Intel, a tática implementada foi fazer um rebrand e colocar ele nas prateleiras. É mais ou menos isso que eu imagino que deve ter acontecido pra empresa relançar o Core i5 10400, o modelo Comet Lake lançado 5 anos atrás. Ele agora se chama Core i5-110, mas não se enganem: é o mesmo chip, com o mesmo soquete LGA 1200 só que com o precinho de 200 dólares. Enquanto isso, o Core i5 10400 ainda pode ser encontrado por 130 dólares em vários revendedores. O oposto de uma barganha.

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Rafael Silva